Empresas insustentáveis estão em risco de extinção
Quando o gestor de uma uma das mais importantes empresas do mundo em gestão de ativos - Larry Fink, CEO da BlackRock - publica uma carta informando que a empresa dará o mesmo peso e importância aos riscos relacionados às questões sociais e ambientais (ou seja, de sustentabilidade) a que confere atualmente aos riscos relacionados à crédito e liquidez, por exemplo, empresários que de fato querem se destacar ou mesmo se manter no mercado deveriam prestar bastante atenção.
Eu não deveria precisar mencionar aqui que estamos na era da informação e que empresário algum poderá alegar que desconhece as urgências ambientais do planeta – ou pelo menos de sua cidade –, nem tampouco a imprescindibilidade de construir uma boa reputação perante a opinião pública, fornecedores e clientes no que se refere à sustentabilidade.
É inaceitável que empresas ainda continuem insistindo em velhos modelos insustentáveis, "dando um jeitinho" ou simplesmente tentando burlar as leis para não cumprirem suas obrigações ambientais e sociais.
Temos visto no Brasil grandes empresas perderem credibilidade e terem sua reputação manchada por motivações que vão desde a morte de centenas de pessoas por negligência na gestão de RISCOS, até a morte de um cachorro por um funcionário da segurança que certamente não teve a devida orientação do setor de Gestão de Pessoas (ou RH, como queiram), que por sua vez também não deve considerar as questões ambientais relevantes.
Para uma empresa conseguir construir uma boa reputação, é preciso antes de tudo que ela seja responsável durante muito tempo, afinal reputação não é algo que se constrói da noite para o dia. Ou será que as empresas ainda acham que o famigerado greenwashing é sustentável ao longo do tempo?
Não é possível que os sistemas de gestão administrativos, financeiros, de pessoas, de produção e de marketing das empresas não tenham percebido que a sustentabilidade veio para ficar e para MUDAR todo o cenário empresarial.
Se as empresas continuam agindo de modo irresponsável ou negligentes, detectamos uma cegueira generalizada no sistema de gestão (ou compliance corporativo), que fatalmente vai culminar numa perda irreversível de imagem e/ou de mercado.
A corrente de consumidores que está buscando produtos e/ou serviços voltados à promoção de uma vida sustentável pode significar neste momento apenas uma pequena fatia do mercado, porém, em breve o quadro se reverterá e a menor fatia certamente ficará para aqueles que não se remodelarem em função da sustentabilidade.
Eu até arrisco dizer que o fator Sustentabilidade será um verdadeiro termômetro da competência dos próprios CEOs das empresas.
Então como uma empresa pode começar a incorporar a sustentabilidade em seus processos?
Em meu livro - Sustentabilidade 4.0 - eu apresento um esquema gráfico bem simples, para tentar fazer com que empresários percebam em que "patamar" estão nesse quesito e para onde poderão seguir se assim desejarem.
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Dentre os patamares consta o da REMODELAGEM EMPRESARIAL e é sobre isso que quero falar neste artigo.
Para que empresas possam remodelar seus negócios com foco na sustentabilidade, é imprescindível inovar em seus processos e sistemas, mas principalmente que inovem no seu OLHAR:
1. Para compreender que a sustentabilidade se sustenta sobre os pilares: social, ambiental e econômico;
2. Para entender que a sustentabilidade é um fator estratégico e não deve ser relegado a segundo plano ou não deve ser confundida com ações simplórias restritas a gestão de resíduos, por exemplo;
3. Para não mais achar que o simples cumprimento das obrigações legais já é o suficiente, pois é necessário de fato contribuir com a sociedade e com a sustentabilidade planetária;
4. Para não ficar alheio às mudanças no comportamento das demais empresas, dos consumidores e da sociedade como um todo que cada vez mais incorporam a sustentabilidade em seus discursos, mentes e ações cotidianas;
5. E por fim, para desistirem da ideia equivocada de que sustentabilidade é custo, quando na verdade é um grande investimento, desde que realizado de forma estratégica e não limitada às obrigações legais (como dito no item 3).
Trata-se, portanto, de mudança de mentalidade (ou mindset, como queiram) por parte dos gestores de todos os setores da empresa e não apenas do responsável pelo ESG (questões ambientais, sociais e de governança) ou pela Sustentabilidade propriamente dita.
A boa notícia é que esse movimento já está ocorrendo em vários níveis e em realidade bem mais próxima do que a de uma mega empresa americana. Eu mesma tenho sido cada vez mais procurada por empresários que querem (e estão fazendo) a diferença no mercado local por meio de suas ações sustentáveis. (Num próximo artigo, prometo falar um pouco mais sobre alguns desses cases integrando inovação e sustentabilidade).
A notícia melhor ainda é que as empresas insustentáveis já podem ser incluídas na lista de espécies ameaçadas de extinção!
Maya, M. H.
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